Quando pensamos em café o que nos vem à mente? A cereja, como é chamado o fruto? O grão torrado? Ele já moído? Ou aquela bebida de sabor inigualável?
São muitas as maneiras de darmos forma e imaginarmos o café, mas toda essa complexidade composta por duas sílabas pode ser comparada de forma bem simples quando nos referimos ao fruto. Tal como a maçã, a banana, o limão e tantos outros frutos, o café também possui variedades que podem ser notadas na diferença de forma, sabor e até mesmo na genética, mas continuam pertencendo à mesma família, gênero e espécie, no caso, a família Rubiaceae, o gênero Coffea, e a espécie, como que veremos adiante.
Ao continuarmos com a taxionomia do café vamos nos deparar com espécies muito diferentes uma da outra e com características muito pontuais. Dentre mais de cem espécies, as únicas comerciais são o Coffea Arabica e o Coffea Canephora, esta que contempla as variedades Robusta e Kouillou, ou Conilon como é chamado no Brasil.
O terroir, que são as condições de clima e solo ideais para o plantio, é bastante diferente entre estas espécies. Enquanto o Café Arábica se desenvolve melhor em altitudes elevadas (acima de 600m, e os melhores árabicas geralmente acima de 1000m), e uma temperatura consequentemente mais amena, o Café Robusta já necessita de um clima mais quente e úmido, ou seja, ele se adapta melhor em solos abaixo de 600m de altitude.
O nível de cafeína é outro ponto que gera muita curiosidade entre estas espécies, e os estudos revelam que entre elas, o Robusta tem um percentual de 2,5 % de cafeína, o que equivale a quase o dobro do Arábica. Geneticamente também podemos notar diferenças consideráveis como o número de cromossomos e o formato do grão. Assim, temos a espécie Arábica com 44 cromossomos e com grão oval tendendo para uma cor amarelo-esverdeada, e o Robusta com 22 cromossomos e grão mais arredondado de cor marrom-amarelada.
Mesmo o Robusta florescendo mais de uma vez ao ano, crescendo mais rapidamente e tendo uma resistência maior contra os parasitas, o Arábica continua correspondendo a ¾ da produção mundial, devido a qualidade de aromas e a sua maior doçura.
Os cafés tradicionais mais consumidos no Brasil, em sua grande maioria, são uma mistura (blend) destas duas espécies, o que por muitas vezes acaba resultando em um café de qualidade razoável a um custo mais baixo quando comparado com os Cafés Especiais 100% Arábica.
Hoje me dia é bem fácil encontrar bons cafés em supermercados e cafeterias, se tiver a oportunidade de provar, não deixe de fazer! Descubra também as diversas formas de fazer café.
Bons cafés!